HISTÓRIAS SOBRE QUEM SOMOS: reflexões sobre a História do Direito e a História da Filosofia
Quando: 01/12, terça-feira, 14h – 15h30
Onde: plataforma Google Meet (link será enviado por email aos inscritos)
Inscrições: http://inscricoes.ufsc.br/historias-sobre-quem-somos
Qual o estatuto de uma disciplina que trata da História de uma área consolidada de investigação? Nesta discussão, pretendemos tratar de dois casos particulares desta questão geral: a História da Filosofia e a História do Direito.
Cada um dos dois casos tem peculiaridades salientes: por exemplo, a História da Filosofia é uma disciplina consagrada nos currículos dos cursos de Filosofia, é um campo que faz parte da expertise esperada de um filósofo profissional e, para parte da comunidade filosófica, é o exercício filosófico por excelência (e, nas versões mais extremas da tese, o único possível). Por outro lado, a História do Direito ocupa uma posição bastante diferente: ela não é, ao menos no Brasil, parte consolidada de grades curriculares e objeto de investigação sistemática e de produção bibliográfica que confronte uma História do Direito naïf que é por vezes contada a despeito da falta de evidências em seu favor e de um olhar crítico capaz de identificar elementos de poder social que esta versão ingênua cria e consolida.
Neste sentido, esta mesa-redonda pretende explorar algumas dificuldades específicas de cada área. Em favor de uma História do Direito, o professor Diego Nunes pretende discutir dificuldades teóricas para o estabelecimento de uma comunidade de historiadores do Direito que guiem suas investigações utilizando ferramentas consolidadas de busca e de organização de evidências históricas, afastando-se de um “bacharelismo pseudo-erudito” que se infiltra na versão naïf.
Alternativamente, dado o lugar da História da Filosofia na tradição filosófica brasileira, o professor Alexandre Meyer Luz pretende discutir dificuldades para a consolidação de uma tradição filosófica centrada em problemas como alternativa ao lugar de honra muitas vezes atribuído ao trabalho historiográfico.
Apesar das diferenças entre as subáreas, os autores pretendem sugerir que há muitos pontos comuns, que merecem atenção conjunta: questões epistemológicas, como a pergunta sobre o estatuto das subáreas como potenciais produtoras de conhecimento; questões sobre o poder simbólico que as subáreas carregam e distribuem e etc.
Sendo assim, com o objetivo de criar um espaço para exploração destas questões comuns.
Todos convidados!